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SR. LÚCIO ALCÁNTARA (1995) - O Canal do Trabalhador foi uma obra heróica, posso dizer.
Eu era vice-Governador do Governo Ciro Gomes e participei daquelas decisões que foram cruciais, porque Fortaleza
estava na iminência de um colapso total do seu abastecimento de água - Fortaleza e toda região metropolitana.
E a única saída possível era realmente trazer a água do Açude Orós,
com a construção
desse Canal, que depois recebeu o nome de Canal do Trabalhador, que foi construído em um prazo recorde.
Praticamente, enquanto
era feito o projeto de engenharia, o Canal ia sendo construído. V. Exa
pode imaginar o que era uma região metropolitana
de dois milhões de habitantes ficar totalmente privada de água - não era racionamento
não, pois o
racionamento já estava sendo feito há vários meses, era realmente a ausência total
de água para
abastecer a população.
O Presidente Itamar Franco apoiou o Governador Ciro Gomes, e recursos federais e estaduais
possibilitaram a realização
do canal, que entrou em funcionamento. Felizmente, cerca de um mês ou menos de dois meses
depois que o canal tinha entrado em
funcionamento, as chuvas chegaram em volume satisfatório, de tal maneira que o conjunto
de reservatórios responsável
pelo abastecimento da zona metropolitana de Fortaleza teve, realmente, sua capacidade totalmente
refeita. De tal sorte que pudemos
prescindir do Canal do Trabalhador.
O que acontece é o seguinte: o Açude Orós chegou a ficar com cerca de 10 a 15%
da sua capacidade de água; mesmo com as chuvas ele não chegou a 50%. Quer dizer, a nossa
disponibilidade de água é uma situação muito precária, muito
instável. Tenho notícia de que já algumas empresas estão se preparando para
começar um tipo de exploração que vai permitir, às margens do Canal, a exploração
da agricultura irrigada.
Então, o canal que foi feito, realmente, em um momento de grande dificuldade para nós,
terá também esse uso permanente, não para abastecer Fortaleza, mas para permitir
a irrigação das terras à sua margem e, conseqüentemente, o desenvolvimento da agricultura, com
produtividade que justifique os investimentos,
Isso é o que existe sobre o Canal do Trabalhador. E quem acompanhou de perto, como eu, não
pode deixar de louvar a coragem e a determinação do Governador Ciro Gomes de enfrentar daquela
maneira, que era a única possível, diante de uma situação de emergência e
de grave risco para um contingente populacional que está em torno de dois milhões de
habitantes (Excerpt from Minutes of the Brazilian Senate).
SR. LUCIO ALCÁNTARA (1995) - El Canal del Trabajador, podría decirse que fue una
obra heroica. Yo era Vicegobernador del Gobierno de Ciro Gomes y participé de aquellas
decisiones que fueron cruciales, porque Fortaleza estaba ante la inminencia de un
colapso total de su abastecimiento de agua - Fortaleza y toda la región metropolitana-
y la única salida posible era realmente traer el agua del Azud Orós, mediante la
construcción de ese Canal, que posteriormente recibió el nombre de Canal del
Trabajador, y que fue construido en un plazo récord. Prácticamente, mientras
se hacía el proyecto de ingeniería, el Canal iba siendo construido. Su
excelencia puede imaginar lo que era un área metropolitana de dos millones
de habitantes totalmente privada de agua - no hubo racionamiento, porque en
realidad el racionamiento ya se estaba realizando desde hacía varios meses,
había una ausencia total de agua para abastecer a la población.
El Presidente Itamar Franco apoyó al Gobernador Ciro Gomes, y
se usaron recursos federales y estatales para la contrucción del canal,
y su puesta en funcionamiento. Afortunadamente, entre uno y dos meses después de que el canal había
entrado en funcionamiento, llegaron las lluvias y con volumen
suficiente, de modo que el conjunto de reservorios responsable
del abastecimiento de la zona metropolitana de Fortaleza pudo recuperar completamente su capacidad de
almacenamiento. De este modo pudimos prescindir del Canal del Trabajador.
Lo que sucede es lo siguiente: el Azud Orós llegó a quedar con cerca de
10 a 15% de su capacidad de agua; incluso con las lluvias no llegó al 50%.
Es decir, nuestra disponibilidad de agua constituye una situación muy
precaria, muy inestable. Tengo noticias de que incluso algunas empresas
se están preparando para comenzar algún tipo de explotación que permitirá, a los márgenes del Canal,
la explotación de agricultura de regadío.
Entonces, el canal que se ha hecho, realmente, en un
momento de gran dificultad para nosotros, tendrá también ese uso permanente.
No para abastecer a Fortaleza,
sino para permitir el riego de las tierras a ambos márgenes y, consecuentemente, el desarrollo de la
agricultura, como producción que justifique las inversiones,
Esto es lo que existe sobre el Canal del Trabajador. Y quien acompañó de
cerca, como yo, no puede dejar de alabar el coraje y la determinación
del Gobernador Ciro Gomes de enfrentar de esa manera, que era
la única posible, ante una situación de emergencia y de grave
riesgo para un contingente poblacional que está próximo a
los dos millones de habitantes (Extracto del Acta del Senado de Brasil).
(Traducción de Jorge Prieto Villarroya 171027).
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